Por Waldo Gomes, diretor de Marketing e Relacionamento da NetSafe Corp
Vivemos em uma era digital e não há como negar. Tanto é que o tema tem ganhado não apenas as reuniões de diretoria, como as telas em produções como Mr. Robot e Privacidade Hackeada, chegando cada vez mais perto da população. Afinal, os dados são de todos e representam uma das maiores ameaças quando se trata da privacidade de dados.
Em sua definição mais simplista, a privacidade é o que garante, em inglês, ‘the right to be let alone’, termo que foi cunhado por Louis Brandeis, jurista norte-americano, em parceria com Samuel Warren.
Com a expansão do digital, os dados passaram a ganhar os holofotes e a ser a busca constante de empresas para entenderem o perfil de seus consumidores e criarem novos produtos, por exemplo. Enquanto os cibercriminosos começaram a visá-los para obterem as vantagens financeiras.
Em 2023, a coleta e análise das informações se tornaram onipresentes. Dessa forma, as empresas enfrentam o desafio de equilibrar a obtenção de insights valiosos com a proteção da privacidade dos usuários e clientes.
Algumas regulamentações mais rigorosas foram criadas como resposta a tais questões, sendo o caso da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrou em vigor em 2020 para os brasileiros.
E, apesar de ela exigir proteção das empresas que lidam com dados pessoais de usuários, apenas 40% das gestões estão em um estágio razoável, de acordo com dados da Cisco Connect Brasil, divulgados pela Nestafe Corp. Enquanto isso, o estudo X-Force Threat Intelligence Index defende que a Ásia é a região que mais registra incidentes cibernéticos no mundo.
Afinal, com dispositivos conectados e algoritmos avançados, as fronteiras entre o público e o privado estão mais tênues. A transparência é um fator valorizado como nunca, sendo que as empresas são desafiadas a comunicar de maneira clara como os dados são coletados, armazenados e utilizados.
Em contrapartida, a conscientização do público sobre a importância da privacidade também se tornou exigente. A confiança é vista como um ativo valioso. Com isso, o que aprendemos? A privacidade de dados não é apenas uma questão técnica, mas uma consideração ética e social fundamental — e não devemos deixá-la para ser vista apenas na TV, como uma realidade distante.